terça-feira, 13 de outubro de 2009

Conheço sua natureza

Havia um vagalume na floresta. Todos gostavam muito dele, pois além de bonito e além de voar muito alto, ele tinha algo que nenhum outro animal tinha: LUZ.

É claro que sempre tem alguém pra estragar. Com o tempo, a cobra, animal mais traiçoeiro (embora não o único) da floresta percebeu isso, e viu algo interessante: além de bonito e reluzente, o vagalume era uma oportunidade. Sim, pois a cobra havia perdido todos os seus amigos, e precisava de um novo aliado. Então, talvez pela vulnerabilidade do vagalume, talvez pela esperteza da cobra, eles se tornaram amigos.

Com o tempo, o vagalume deixou de voar, pois sua amiga cobra não voava, e deixou de brilhar, pois ela também não brilhava. Perdeu seu brilho, perdeu sua capacidade de voar, e perdeu todos os amigos. Claro, pois alguns animais achavam que ele era somente um animal bonito, e outros simplesmente não gostavam dele por ele ser amigo da cobra.

Mas havia UM animal que não pensava assim. Somente um, que se lembrava de quem era o vagalume, e qual era realmente a sua natureza. Era um pássaro que cantava baixo, mas sabia o que dizia. Dificilmente falava, mas falava coisas até que interessante e gostava de ajudar os outos animais. Todos o conheciam, e os que não gostavam dele o odiavam mentalmente.

Todos haviam se esquecido, alguns nem sabiam, mas ele sabia que o vagalume podia voar bem alto, e que tinha um brilho muito bonito. Exatamente por isso ele ficava triste ao saber que a cobra havia lhe roubado todo o brilho, e estava fazendo com que ele se parecesse cada vez mais com ela. Mas o que mais ele podia fazer?

Esperou sem muita esperança que o vagalume percebesse a besteira que havia feito em tempo de voltar atrás. Ele conhecia a natureza do vagalume e sabia que aquilo não era ele de verdade. Queria que ele pudesse se lembrar disso.

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